Como eu havia dito, se uma startup pretende fazer um aplicativo lucrativo ela deve pensar com cuidado em suas estratégias de aquisição, retenção e monetização de usuários. Nas últimas semanas eu falei sobre aquisição e retenção. Hoje, enfim, vamos falar sobre monetização.
Monetização é como a sua App vai fazer dinheiro $$. Vamos direto ao ponto. Para monetizar seu App a startup precisa decidir qual modelo de monetização ela pretende aplicar. Vou citar alguns dos maiores modelos de monetização:
- Pago: Seu aplicativo é pago. Para o usuário poder baixar ele tem que pagar uma taxa que você definiu. Nesse caso você não deve fugir dos valores de tabela e esses valores são baixos. Ou seja, cinco dólares já é caro. Modelo bom para aplicativos de nicho, que cumpram funções específicas ou com marcas poderosas.
- Pago com compras dentro da App: Esse modelo é o mesmo acima, só que ainda existem conteúdos a serem desbloqueados através de compra dentro do App (In-app-purchase). Esse modelo só é bom se seu App for realmente fantástico ou sua marca extremamente poderosa.
- Freemium com compras dentro da App: Esse modelo é um dos mais comuns. O aplicativo é grátis, o que aumenta muito a aquisição de usuários, mas dentro do aplicativo há mais conteúdo, mais moedas, enfim, bens digitais que podem ser comprados pelo usuário. Ótimo modelo para quase todo tipo de Apps, principalmente Games.
- Freemium com Ads: Nesse modelo você coloca banners de propaganda de terceiros em seu aplicativo e ganha com impressões, cliques e instalações. Modelo fácil de monetizar, mas traz pouco ganho, pois necessita de um volume diário brutal de usuários. Ótimo modelo para mesclar com compras dentro de App.
- Freemium com assinatura (Subscription): Nesse modelo o usuário, para receber um conteúdo periódico ou ter acesso a um serviço, tem que pagar uma mensalidade. Modelo comum para jornais, revistas, vídeos, como no caso do Playkids da Movile.
- Free com venda de produtos e serviços (exemplos: serviço de taxi, compra de livros, etc.): Esse modelo é bem aberto para ser criativo. Aqui podemos colocar Easy Taxi, aplicativos de carona, aplicativos de venda de produtos físicos, enfim, o aplicativo é apenas uma interface pra acontecer uma operação de compra e venda no mundo físico.
Qual modelo é o mais comum? A Distimo mostra a porcentagem de receita dos diferentes modelos nas diferentes categorias de Apps em uma pesquisa na App Store. Podemos ver que Apps de Navegação e Produtividade ainda tem grande porcentagem de renda vindo de Apps no modelo Pago, mas games, tem 90% de receitas advindas do modelo Freemium.
Por fim, para passar por todo ciclo, gostaria de comparar a Aquisição, Retenção e Monetização de um App com a de um parque de diversões, por exemplo, a Disney. Bom, antes de você decidir ir para a Disney, você primeiro toma conhecimento do parque, através do boca-boca, propagandas, etc. Acontece então o interesse de visitar e, do interesse, vem a ação.
Você vai ao parque (Se fosse uma App, aqui aconteceu a Aquisição). A Disney é um parque que cobra portaria, então, ao chegar no parque, você paga para entrar (Se fosse uma App, aqui aconteceu a primeira Monetização via modelo “Pago”). Lá dentro, o parque tenta te envolver, te proporcionar momentos memoráveis, te engajar e não deixar você ir embora cedo e aborrecido (Se fosse uma App, estaria acontecendo a mágica da retenção).
Aí, de repente, você decide ir em um brinquedo fantástico, você sai desse brinquedo maravilhado por todas a luzes e efeitos que viste, e ao sair, você cai direto em uma loja cheia de coisas interessantes, uma música bacana e um bom ar condicionado que quase te pede para comprar coisas. Aí, sem nenhuma defesa mais, você compra várias coisas nessa loja (Se fosse uma App, estaria acontecendo Monetização do tipo compras dentro do App).
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