Nos dias 12 e 13 de março rolou no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, o Web Expo Forum 2012, que abordou como tema em sua sexta edição o impacto das redes sociais nas empresas e sociedade. O encontro foi interessantíssimo para medir como as empresas estão enxergando o fenômeno das redes sociais, porém com uma visão “de dentro”, e não necessariamente feita por agências de comunicação.
O que deu para sentir foi que as grandes empresas querem adequar o conceito de redes sociais ao ambiente corporativo, e não investem tanta preocupação em canais como Facebook ou Twitter. Obviamente que tais meios foram citados, mas o que os empresários demonstraram – já que era um evento voltado para esse segmento – é como as companhias podem e devem usufruir dos conceitos, estruturas, interfaces e aplicações para melhorarem os negócios.
O mais interessante foi a posição das empresas. Uma empresa não entra nas redes sociais para ser legal, mas sim para gerar lucros. Mídia social é social, mas também é ambiente de mercado a ser explorado. Tendências como o social commerce e mobile foram exaustivamente citadas como fortes fatores daqui para frente. Porém o principal termômetro foi ver que as empresas não estão aflitas com comentários ou críticas nas redes sociais. Grandes corporações estão, de fato, preocupadas é com a forma de lidar com o gigantesco volume de dados que só cresce no mundo todo.
Estamos na era do Big Data e é crucial para as empresas conciliarem uma forma não apenas de armazenar essas informações, mas como analisá-las e transformá-las em oportunidades de negócio. Como foi dito, dados são dinheiro e há pesquisas que apontam que empresas de cartões de crédito conseguem prever um divórcio com até dois anos de antecedência apenas com a análise e o cruzamento de dados do casal. A era digital, para as empresas, não foca necessariamente só o social. Foca o social e, principalmente, como ele pode gerar bons negócios.
Abaixo selecionamos alguns tweets publicados durante a nossa cobertura do evento. Pela velocidade das postagens, era quase impossível dar créditos a todos posts. Estão mesclados falas dos palestrantes, insights e opiniões do blog.
- Há uma transformação inevitável no modo como as empresas devem atuar. Estamos na sociedade da colaboração;
- Ao contrário da intranet, a rede social colaborativa tem um diálogo aberto, é colaborativa e tem maior nível de atualização;
- Antes o consumidor ia até a empresa; hoje é a empresa que deve ir até o consumidor. Precisamos de uma cultura colaborativa na empresa;
- A empresa precisa entender mais de pessoas e menos de tecnologia e integrar esse conhecimento ao processo de gestão;
- A empresa está pronta para um ambiente de rede social? Pense em capacitação e engajamento;
- As pessoas entram nas redes sociais para se relacionarem, não para comprarem algo. Então, como vender nas redes sociais?;
- Apesar das pessoas não comprarem pelas redes sociais, as empresas sabem da importância da moeda da “recomendação”;
- Muitas empresas já se baseiam nessas recomendações para formularem estratégias para as lojas físicas;
- Os preços do “mundo físico” são pautados pelo online. O maior concorrente do Walmart é a Amazon, e não outro varejista;
- São as pessoas que direcionam o comércio social e não as marcas;
- Você não toma um café pelo Facebook. Você curte a marca, vira fã e vai até a loja física comprar;
- Deixe o usuário com poder para promover o seu produto entre seus amigos e jamais faça spam no Facebook;
- Social commerce por ser feito dentro do seu site e não necessariamente só no Facebook. Deve haver um casamento entre plataformas;
- As primeiras marcas a adotarem o Open Graph ganharam de 50% a 300% de tráfego em seus sites;
- Case da KLM que usava o Foursquare e cruzamento de dados para presentear clientes no aeroporto de Amsterdam;
- O passageiro dava check-in no aeroporto e de repente uma funcionária da KLM lhe dava um brinde baseado no cruzamento de dados;
- O Facebook estaria se tornando uma web dentro da web? A rede investe para que você não precise sair mais dela?;
- Não basta criar um canal de venda nas redes sociais. É preciso oferecer um ambiente favorável para o engajamento do usuário;
- Sua empresa deve ser útil nas redes sociais antes mesmo de levar o usuário para esse ambiente;
- Mais do que conteúdo de qualidade, o conteúdo deve ser personalizado; combinação de dados tradicionais com dados de perfis sociais;
- Qual é o coração e a alma da sua empresa? A Apple tem inovação e a Disney tem mágica. E a sua empresa?;
- Marcelo Coutinho, do Terra, já ganhou o meu respeito: audiência não é influência;
- Métricas de redes sociais não são métricas de mídias. Qual é o valor de um like ou de um seguidor?;
- A sociologia estuda e analisa as interações em redes sociais desde 1896;
- Se a sua empresa possui poucos seguidores, mas com conexão mais densa, sua mensagem se espalhará de forma mais eficiente;
- Métricas de audiência e métricas de interação devem caminhar de forma complementar;
- As empresas estão nas redes sociais pelo simples fato de que os clientes estão nas redes sociais;
- A mídia social é a fonte de informação cuja confiança mais cresce no mundo. O crescimento foi de 75%;
- As empresas não estão nas redes sociais para serem legais, mas para gerarem lucros;
- Analisando o engajamento nas redes sociais >> MAPA = monitorar, analisar, posicionar e agir;
- A questão é traduzir os dados disponíveis na rede e transformá-los em negócio;
- Não existe digital sem dados, afirma Eduardo Bicudo, presidente da Wunderman;
- É a tecnologia que influencia o consumo ou é o consumo que impulsiona o desenvolvimento tecnológico?;
- Quando os consumidores são expostos a ofertas de e-commerce através da curadoria de amigos nós temos o social commerce;
- Pesquisa da Nielsen: as propagandas mais confiáveis são as recomendações de amigos;
- Em segundo lugar ficam as opiniões geradas pelos consumidores online;
- Até 2015 a projeção é de 30 bilhões para o F-commerce. As pessoas têm mais potencial de alcance do que as marcas;
- 81% dos usuários estão fora dos Estados Unidos, mesmo as maiores empresas do mundo sendo americanas;
- Em 3 anos a China ganhou mais usuários do que o total dos Estados Unidos;
- Ainda vivemos na base do computador pessoal. O Windows ainda domina;
- Mercado mobile: 5.6 bilhões de celulares comuns e 855 milhões de smartphones no mundo;
- 85% da população mundial está coberta por sinal wireless comercial;
- Em 60 segundos temos 1,500 posts em blogs, 10 mil comentários no Facebook e 700 mil buscas no Google;
- Os dados valem mais do que dinheiro. Mais uma vez é transformar dados em oportunidades de negócios;
- A combinação de tecnologia com um design amigável tornou-se uma tendência irreversível;
- É a velha história: não adianta bloquear redes sociais no trabalho. Se o funcionário quer perder tempo ele acha outra coisa;
- O ambiente corporativo vê as redes sociais como algo além do Facebook, estudam formas, interfaces, estruturas e conceitos;
- As empresas usam o conceito de redes sociais de forma integrada com as estratégias de negócios no ambiente corporativo;
- O conceito de redes sociais nas empresas vai além de perfis no Facebook, como a utilização de ferramentas colaborativas;
- Para integrar redes sociais no ambiente da empresa deve-se ter em mente como aquele conceito irá ser útil para a empresa;
- A integração de TI com redes sociais tem por base o conceito de uma estrutura aplicado a uma ferramenta corporativa;
- O que a TI precisa ter em mente: criar uma estratégia de ponta a ponta; tirar proveito das redes sociais;
- Aumentar a inovação corporativa e a produtividade do colaborador; integrar redes sociais para maximizar o valor de negócio;
- E por fim medir a efetividade das redes sociais nessas ações (ROI);
- O que foi unanimidade de importância aqui no evento: Big Data. Não só armazenar, mas como analisar os dados;
- Volume, variedade e velocidade. Os 3 Vs do Big Data;
- A explosão de dados atinge mais os diretores de marketing do que as próprias redes sociais;
- Big Data trata-se de entender o comportamento humano. Ótima conceitualização;
- Redes sociais, social CRM, social BI e Big Data são desafios em comum para o marketing e tecnologia;
- O perfil do profissional de TI deve ir além do técnico, deve ter conhecimento aplicado ao negócio da empresa inovação;
- O conceito de ROI vem de uma sociedade industrial, porém estamos em uma sociedade digital;
- Relacionamentos são emocionais, não racionais. A venda deve ser consequência, não causa;
- Para otimizar o retorno na era do relacionamento, o principal não é o meio e sim o comportamento;
- Nepomuceno já dizia: mais do que tecnologia, as empresas precisam de uma cultura digital;
- Muito se falou sobre ir além das métricas estabelecidas atualmente. Trabalhe o ROI – retorno sobre influência;
- Ver, agir e engajar para ser vista no ambiente digital, gerar reação do cliente e criar um engajamento;
- O caso dos balões da Heineken gerou 10 mil likes em 6 horas, 200 mil visualizações em 12 horas e 500 mil pessoas foram impactadas;
- 64% dos profissionais de marketing estão integrando social media em seus negócios;
- Curtir uma marca não significa que o usuário irá virar cliente, mas aliando engajamento isso é possível;
- Social media reduziu significativamente os custos do marketing. Concordam?;
- A economia que sempre dependeu de máquinas está dizendo que precisa de cérebros;
- As empresas estão chegando de terno e gravata nas redes sociais e ainda não perceberam que lá a conversa é mais informal;
- Social business catalisa redes de pessoas para criar valor para o negócio;
- 74% das empresas estão integrando web 2.0 nas interações com os clientes;
- 71% das empresas estão integrando web 2.0 nas relações com parceiros e fornecedores;
- Social business terá um impacto tão grande quanto foi o e-commerce para as empresas;
- Precisamos utilizar o conceito de redes sociais dentro do ambiente corporativo, indo além de Facebook e Twitter;
- A IBM tem 72 mil comunidades e mais de 21 mil blogs, além de wikis, profiles e outros tipos de projetos;
- Cada vez mais o consumo de mídia será individual, você irá personalizar o que quer consumir;
- O conteúdo não tem mais dono. Todos se beneficiam do conteúdo produzido por todos;
- Como lidar com um mundo onde a transparência é maior? Empresas e pesssoas precisam lidar com isso;
- Nem sempre a solução do problema é a solução. Muitas vezes as pessoas só querem ser ouvidas;
- O celular será, em breve, a primeira mídia. É mais fácil e barato ter um celular;
- A importância da manutenção e do gerenciamento de comunidades online;
- Apps pessoais e personalizados criados pelos usuários para suprir necessidades específicas será cada vez mais comum;
- Mais importante do que entrar no mercado mobile é saber o motivo de entrar nesse mercado. O que o seu cliente prefere?.
Por Cleyton Carlos Torres, jornalista e blogueiro.
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