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Empresas públicas federais inovam mais que as privadas


Janaína Simões
Inova Unicamp

As empresas públicas federais inovam mais e fazem mais atividades de pesquisa e desenvolvimento do que as empresas industriais e de serviços privadas, aponta a Pesquisa de Inovação nas Empresas Estatais Federais 2008 (Pieef), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o estudo, a taxa de inovação das empresas estatais federais é de 68,1%, contra 38,6% das companhias industriais e de serviços selecionadas no âmbito da Pesquisa de Inovação Tecnológica, a Pintec 2008, excluídas as firmas estatais. A pesquisa investigou 72 empresas estatais e as comparou com as indústrias e companhias de serviço da Pintec 2008. Do grupo de empresas estatais, 49 firmas lançaram um produto ou processo novo ou substancialmente aprimorado, entre os anos de 2006 e 2008.

Os investimentos em atividades inovativas feitos por essas empresas somam R$ 5,6 bilhões em 2008, o que representa 1,7% dos R$ 330 bilhões de faturamento obtidos por essas companhias naquele ano, contra os 2,9% das receitas aplicadas pelas empresas da Pintec 2008 nas atividades de inovação. Esses R$ 5,6 bilhões representam 11,2% do investimento feito pelas empresas da Pintec 2008. Os maiores gastos das empresas estatais foram nas atividades de P&D internas (1,06% dos dispêndios em inovação), compra de máquinas e equipamentos para inovar (0,27% dos gastos) e aquisição externa de P&D (0,21%). Para as empresas da Pintec 2008, a maior parte dos investimentos foi feita em compra de máquinas e equipamentos (1,40%), atividades internas de P&D (0,70%), e em projeto industrial e outras preparações técnicas (0,24%).

Inovação por qualificação de RH

Entre as principais atividades inovativas das estatais federais, 75,5% delas atribuíram alta ou média importância para a atividade de treinamento, o que revelou “uma tendência de inovação baseada na qualificação do funcionário”, diz o estudo. A seguir vieram aquisição de software (71,4%) e aquisição de máquinas e equipamentos (67,3%). No caso das firmas da Pintec 2008, a maior importância é dada para a aquisição de máquinas e equipamentos (77,7%), seguido de treinamento (59,9%) e projeto industrial e outras preparações técnicas (37,2%). Essas diferenças ocorrem porque a maioria das estatais desenvolve atividades não industriais e, para elas, a questão mercadológica é menos importante, explica o relatório.

Também chama atenção no quesito importância das atividades inovativas o menor grau de importância apontado pelas empresas da Pintec 2008 para as atividades de P&D feitas internamente quando comparado com as estatais: 42,9% das estatais atribuíram essas atividades como muito importante para inovar, contra 11,9% das firmas da Pintec 2008. O mesmo ocorre no caso de aquisição externa de P&D, quando as firmas fazem parceria com outras empresas, institutos de pesquisa e universidades públicos ou privados: 34,7% das estatais consideraram de alta ou média importância essas atividades, contra 4,2% das empresas da Pintec 2008.

De fato, a relação com universidades e institutos de pesquisa se mostrou mais intensa entre as companhias federais do que entre as firmas que participaram da Pintec 2008. No caso do primeiro grupo, 51,4% das empresas da amostra disseram manter relações de cooperação com fornecedores. O mesmo índice ocorreu na parceria com universidades e institutos. O terceiro principal parceiro são os clientes. No caso das empresas da Pintec, 64,2% disseram que o principal parceiro são os fornecedores, seguido pelos clientes (45,9%) e pelas universidades e institutos (31,2%).

Produtos e processos

Entre as 49 empresas estatais que inovaram, 4,2% o fizeram só em produto; 33,3% só em processo; e 30,6% em produto e processo. As companhias públicas analisadas pelo IBGE inovaram em produto para o mercado nacional (27,8% delas) e em processo novo para o mercado interno (29,2%). Olhadas as empresas industriais e de serviços da Pintec 2008, sempre excluindo os números das federais, nota-se que 6,6% declararam ter inovado só em produto; 14,9% só em processo; e 17,2% em produto e processo. Apenas 2,4% das firmas industriais e de serviços da Pintec 2008 inovaram em processo novo para o seu setor no Brasil. Inovações em produto novo para o mercado interno foram reportadas por 4,4% delas.

Entre as empresas estatais inovadoras, 24,5% utilizaram apoio do governo, contra 22,3% das empresas privadas. O principal instrumento usado pelas companhias públicas foi o financiamento a P&D em parceria com universidades (10,2%), seguido pelo incentivo fiscal (6,1%); e 2% delas utilizaram os benefícios da Lei de Informática, mesmo percentual registrado para o uso da subvenção econômica e para o financiamento a P&D sem parceria com universidades. Para as empresas da Pintec 2008, o principal instrumento foi o financiamento à compra de máquinas e equipamentos para inovar (13,5%). Apenas 1,8% usou os benefícios da Lei de Informática; 1,2% utilizou incentivo fiscal para P&D; e 0,8% subvenção econômica.

O principal meio de proteção intelectual usado por empresas estatais e pelas firmas industriais e de serviços da Pintec 2008 é o registro de marca: 26,5% das estatais e 25% das empresas Pintec declararam proteger suas inovações usando esse mecanismo. Patentes vêm em segundo lugar para ambas (20,4% das estatais e 8,8% das empresas Pintec 2008). Sobre o perfil das pessoas ocupadas nas atividades de P&D, a Pieef 2008 detectou que a maioria, 43%, tem nível médio de escolaridade, 27% são pós-graduados e 26% são graduados. Nas empresas da Pintec 2008, a maior parte das pessoas empregadas em P&D tem o nível superior (51%), seguido pelos funcionários com nível médio (25%) e pós-graduados (12%).

Como principais impactos das inovações geradas, as estatais registraram a melhoria na qualidade dos produtos, aumento da flexibilidade da produção e da capacidade produtiva. As empresas da Pintec 2008 citaram como principais impactos a manutenção da participação no mercado, a melhoria na qualidade dos produtos e a ampliação da participação da empresa no mercado.

Como problemas e obstáculos, as empresas estatais que inovaram da Pieef 2008 apontaram a dificuldade para se adequar a padrões, normas e regulamentações, a rigidez organizacional e a falta de pessoal qualificado. Para as firmas da Pintec 2008, o principal problema é o custo elevado da inovação, seguido pelos riscos econômicos excessivos e falta de pessoal qualificado. No caso do grupo dos que não fizeram inovação, as empresas estatais que não inovaram alegaram como principais problemas os elevados custos da inovação, escassez de fontes apropriadas de financiamento e falta de pessoal qualificado. Já as companhias privadas ouvidas pela Pintec 2008 alegaram que o principal impeditivo foram as condições de mercado.

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