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Entrevista: Bel Pesce captou o maior financiamento coletivo do Brasil


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Na última terça-feira (02/12), tive o prazer de estar com Bel Pesce, “a menina do vale” (personagem de algumas matérias no Startupi)  em um evento promovido pelo Sebrae Amapá. A data coincidiu o tour de palestras de Pesce, chamado “Legado da menina do Vale”. Na ocasião, ela palestrou sobre as “12 maneiras para destruir seus sonhos” e eu, Renato Ribeiro, palestrei sobre “Apps de sucesso”.

Em uma entrevista exclusiva para o Startupi, Pesce falou sobre o começo da sua carreira, o tour de palestras pelo País (que foi financiado por 6.212 pessoas e 12 empresas, arrecadando até o momento mais de 890.930 mil Reais pela plataforma Kickante), sobre produtividade e o cenário global de startups.

Quando foi o momento chave da sua virada entre o anonimato brasileiro e a fama?

Eu nunca tive ambição de escrever um livro porque eu achava aquilo muito sério. Sou muito ruim em trabalhos repetitivos, como por exemplo, escrever um blog. Sou boa em trabalhar focada em uma determinada tarefa, mesmo que seja escrever vinte artigos em cinco dias sem dormir. Em vez de começar um blog – pois ficaria enrolando para postar a cada semana –, eu peguei umas vinte histórias, foquei nelas durate algumas semanas, coloquei em um PDF e chamei de livro gratuito online.

O momento em que saí do anonimato foi quando o livro viralizou atingindo os cem mil downloads, e isso foi algo totalmente orgânico. Não teve investimento em assessoria de imprensa ou outro fator. Vale a pena ressaltar que, na época, eu estava morando nos Estados Unidos e era um livro em português, ou seja, não era para o público que me cercava naquele momento.

Engraçado que o livro, por se chamar “A menina do Vale”, acabou atraindo a atenção das pessoas em querer saber, quem é a menina do vale? Mas o livro não é sobre a minha história. Eu não conto como eu fui parar na América e, sim, falo sobre os aprendizados da minha jornada. Mas o público foi atrás à procura de mais informações e, por coincidência, em 2012, por ser uma ex-aluna do Colégio Etapa, fiz uma palestra contando sobre a minha história e este vídeo de uma hora e meia de duração foi parar no YouTube, ultrapassando mais de cem mil visualizações.

Com o crescimento do número de downloads do livro mais as visualizações da palestra sobre quem era a menina do vale, em um curto espaço de tempo atingimos mais de dois milhões de downloads do livro. O que me levou a iniciar um canal do YouTube, pois para mim era a maneira mais fácil de me conectar com as pessoas, pois ainda estava morando nos Estados Unidos.

Mesmo com toda essa situação, o meu primeiro impulso foi não querer agarrar isso, afinal, sou uma empreendedora, preciso voltar para o meu escritório, programar, tocar a equipe. Tenho que fugir desse livro. Foi aí que me toquei: se empreender é criar produtos e serviços que tocam pessoas, este bendito livro é o maior empreendimento da minha vida. Eu já havia feito coisas legais, mas pelo número de pessoas e tamanho do impacto medido através das mensagens que recebia, o livro estava disparadamente em primeiro lugar.

Se esta voz caiu no meu colo, eu preciso fazer por merecer e transformar em algo ainda mais legal, não só para o mercado de empreendedorismo no quesito de abrir empresa – isso é legal, mas é específico e com muitos riscos, afinal, não é todo mundo que vai abrir uma empresa e sobrevive –, mas em algo que pudesse tocar e ajudar a transformar a vida das pessoas, já que agora tenho um canal de comunicação, foquei em educação e “felicidade”.

No primeiro livro eu falava mais sobre empreendedorismo, mas como um ato comportamental. Agora estou falando mais sobre protagonismo e sonhos. Já o próximo livro será sobre vidas – de relacionamento à saúde.

O que levou você a adotar a estratégia de palestras via financiamento coletivo?

Primeiramente, eu quero deixar claro que eu amo palestrar. Para mim é algo muito natural, embora saiba que livros e palestras sejam limitados, resolvi abrir uma escola, FazInova, completando este ciclo. Quase todas as palestras que havia feito, foram no modelo onde as empresas me contratavam, o que limitava o meu público e regiões.

Com esse novo livro, eu queria tanto lançar em todos os Estados do país. O primeiro livro eu morava nos Estados Unidos, o segundo eu estava de mudança para o Brasil e começando os trabalhos pela FazInova, neste terceiro eu decidi tirar a responsabilidade do contratante e oferecer a oportunidade para que as pessoas pudessem me ver em todas as capitais brasileiras com um baixo custo e ainda ganhar o livro autografado.

Em resumo, eu conheço a demanda, consigo entender o que eu preciso em cada cidade, levo os livros e conheço quem quer muito me ver – conhecer de perto o meu público e perfil.

Para mim foi uma surpresa, não só em record de valor, mas também de número de pessoas que toparam participar de um financiamento coletivo no Brasil. Estes dados e números é mais legal do que o resultado financeiro, afinal estamos mudando o cenário de crowdfunding brasileiro.

Como você compara o seu projeto com o de kit de molas estruturais, que é um dos maiores cases brasileiros em financiamento coletivo que temos na atualidade?

O projeto das molas é o case mais lindo que temos no Brasil. O meu é diferente e são dois segmentos distintos. O meu vende uma experiência dentro do segmento de pessoas que me conhecem ou querem me conhecer. O projeto das molas é um produto lindo desenvolvido por brasileiros com escala global.

O meu projeto ultrapassou as molas que tinham maior valor financeiro arrecadado e também o projeto da Dead Fish, que tinha a maior quantidade de colaboradores em um projeto de financiamento coletivo.

Chegando ao término do tour, quais experiências e ensinamentos você adquiriu ao longo dessa jornada pelas capitais brasileiras?

Foi tudo muito especia, mesmo sabendo que seria uma correria e muito trabalho. Embora contássemos com apoio em cada cidade, nossa equipe era pequena, mas muito comprometida com a causa.

O primeiro grande aprendizado é que mesmo o Brasil sendo um país gigante, ele é super bem conectado com malha aérea e mais parecido do que imaginamos. O público que tive nas minhas palestras e os sonhos compartilhados são semelhantes.

O segundo são as pessoas, embora não existam diferenças, percebi que quanto mais distante dos grandes centros mais valor as pessoas dão. Tinha sempre alguém que havia viajado horas e horas para ir até o evento. Como não existem muitas oportunidades na região, eles abraçam com unhas e dentes estes eventos. Algumas palestras foram sextas às 8 da noite o que me fazia acreditar que não teríamos público suficiente para auditórios de 500 a 1000 pessoas, por incrível que pareça estes espaços lotavam. Por exemplo, em Campo Grande, tinha uma caravana com 100 crianças com média de 10 anos que viajaram 450 quilômetros para assistir a palestra. Além da oportunidade de experimentar comidas e bebidas regionais e culturas de todas as regiões do Brasil que nunca imaginei que teria oportunidade de vivenciar.

Todo esse aprendizado e conhecimento irei falar em um hangout no próximo domingo (7/12) às 22:30 horas e todos estão convidados a participar através do link belpesce.com.br/hangout.

Como você tem lidado com a conciliação de agendas: palestras x escola?

Eu elaborei um tour de palestras em que ficava quase sempre dois a três dias em viagens e o resto da semana em São Paulo, tirando uma sequência que foram nove cidades diretas, ou seja, nove dias. O resto foi executado em partes. Por mais que a tecnologia ajude muito, é muito ruim ficar longe dos negócios e foi uma excelente experiência para testar se os cursos offline, vendas e dia-a-dia da empresa rodassem sem mim. Foi uma prova de desafio e, no final, deu tudo deu certo sem a minha presença diária Isto foi ótimo!

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Qual é o seu segredo para tornar o seu dia-a-dia mais produtivo?

Nós somos um tanto quanto preguiçosos e eu me incluo nesta estatística (risos). Sabe, às vezes quando alguém manda uma mensagem e você tem algumas maneiras de responder aquela mensagem, como por exemplo, ou ignorar e depois responder, ou responder com a informação que precisam, ou nunca responder? Então, eu sigo a filosofia do GTD (Get This Done) se o trabalho leva menos que 15 minutos eu executo ele imediatamente Em resumo, se alguém me manda um email, eu posso respondê-lo imediatamente ou corre o sério risco de não responder nunca.

Eu acredito que um dos grandes problemas das pessoas é o falso 100%. Ela acha que está executando uma tarefa, mas não termina e deixa para depois ou para o que está fazendo e vai falar com outra pessoa. Eu tento não ter esse falso 100%. Quando estou focada em alguma coisa é aquilo até resolver – não é deixar para pendências sem concluir para depois.

E, por último, é amar o que faz mesmo que você não goste de determinadas coisas, não é só o que você ama. Faça com amor e carinho que será mais produtivo.

Pelo mundo, quais polos de empreendedorismo e tecnologia merecem destaque?

Tem muita coisa interessante. Eu fiz um tour em 40 países, viagens focadas no mundo das startups e os que me chamaram mais a atenção foi Berlin, na Alemanhã, e Dublin, na Irlanda. Nos Estados Unidos, além do já conhecido Vale do Silício, eu destacaria Austin, Seatle, Boulder, no Colorado, e até Nova York, que tem mudado muito nos últimos anos.

Como você vê o cenário de Startups no Brasil comparado com o Vale do Silício?

Se formos comparar o Brasil eu diria que temos problemas estruturais. Conforme o index do easy of doing business, estamos nas últimas posições. Esta falta de estrutura prejudica o cenário de Startups no Brasil. O governo precisa reformular as leis tributárias e trabalhistas que estão desatualizadas, a cultura em geral precisa ser menos burocrática e precisamos de investimentos reais.

Embora saibamos dos problemas estruturais, no Vale existe algo diferente que é o mindset (maneira direrente de pensar). Aqui no Brasil, se você erra, você é identificado como o perdedor da vez. Como iremos conseguir fomentar um país realmente inovador sendo que as pessoas não tem a chance de fazer algo que ninguém nunca fez? Na FazInova criamos um sistema didático totalmente novo baseado em sonhos. Ninguém no mundo fez isso, mas tenho certeza que teremos tropeços. Só não existe tropeço quando você faz igual ao que todo mundo está fazendo.

Com relação a investimentos locais você acredita que existam oportunidades reais para os empreendedores brasileiros?

O Brasil está vivendo um momento muito complicado, tanto interno quanto externo. Nos últimos 5 anos tinha muito capital de fácil acesso. Agora, está difícil ter acesso a estes investimentos. Isso em virtude da falsa ilusão que os investidores tiveram no mercado de e-comerce, além do cenário econômico agravar o receio. Existem inúmeras questões influenciando negativamente o cenário de investimento em Startups e novos projetos. A dica que dou é que o investimento vem, mas desde que você consiga provar o resultado ao investidor, ou seja, comece com dinheiro próprio e faça o seu protótipo para depois ir em busca de investidores.

Qual a perspectiva sua com relação ao Brasil em 2015?

É uma incógnita, não sabemos o que vai acontecer com o governo, não sabemos até que ponto a taxa de juros e dólar irão aumentar. Meu ponto de vista é de que o Brasil está chegando a beira de um colapso. Precisamos fazer a nossa parte mudando o modo de pensar, valorizando pessoas que tentam e trabalham duro e não aquele cara esperto que sempre tenta se dar bem com um jeitinho. Todos precisamos fazer a nossa parte.

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