Aí embaixo tem um vídeo. Clique no “play”, veja os primeiros 22 segundos e na sequência dê “pause”.
O entrevistador pergunta: “Eddie, muito bom conversar com você! E eu pergunto isso pra todo mundo: quando foi que, hum, quantos anos você tinha e onde você estava quando a música começou a, você sabe, ser “a coisa” pra você?”
Daí você dá o pause logo depois da respirada com olhar distante que o (muso fodástico da voz rouca e das letras incríveis) Eddie Vedder faz. E tenta entender o seguinte: a resposta que ele tem que dar vai explicar mais do que vinte anos de história de uma das mais representativas bandas de rock do mundo. O Pearl Jam.
Você leitor pode até não gostar da banda (e neste caso, não te respeito, ok?). Mas a relevância que esses cinco caras têm para o mundo da música não pode ser contestada. Pergunte pra qualquer banda mais nova que toque rock de verdade quais são suas influências musicais. Ou então, tudo bem, vamos supor que você simplesmente não saiba de quem eu estou falando. E então eu te faço um desafio: sabe a teoria dos seis graus de separação? Pois bem, pegue qualquer banda ícone dos anos 90 e tente não chegar nos nomes Pearl Jam ou Eddie Vedder. Se conseguir, te dou um pirulito!
O fato é que a banda está comemorando seus 20 anos. Sim, vinte anos juntos e sem brigas, sem escândalos, sem mortos, sem episódios relacionados a drogas. São 20 anos fazendo música boa. Às vezes só boa, às vezes incrível, às vezes lindas, nunca ruins e nunca mal feitas. 20 anos trabalhando com amor, se dedicando de verdade a fazer da melhor forma o que se propõem a fazer, com turnês onde a grande estrela é a música, e não qualquer pirotecnia luminosa no palco. Pára e pensa: com quantas pessoas você convive bem há 20 anos? (isso se você tiver essa idade, claro.) Existem ou não motivos de sobra para serem comemorados?
Pra não dizer que é uma história sem manchas, em 2000 teve a tragédia em um show na Dinamarca que matou 9 pessoas esmagadas contra a grade. Por mais que eles tentassem parar o tumulto, ficaram ali assistindo seus fãs sendo pressionados. Na época, o incidente mexeu muito com eles, pensaram em parar de tocar ou parar de fazer show. Mas algum tempo depois perceberam que não faria sentido. Eles e os shows deles fazem bem pras pessoas.
E pra completar, como música não nasce só de música, o Pearl Jam também está engajado em diversas causas sociais e políticas, mas sem aquela carga de marketing e autopromoção como faz, por exemplo, o U2. Eles defendem ideias e levantam bandeiras, não levantam um circo.
Enfim, não sou eu que vou ficar aqui contando a história da banda e fazendo um mini-release de cada álbum. Pra isso, você pode passar anos na internet sem se cansar do que vai ver. Só queria mesmo deixar registrado aqui no Brainstorm #9 que a banda mais foda do mundo faz aniversário e você deve preparar seu bolso. Eles passarão pelo Brasil em novembro – e por eles eu até topei o abuso da Ticket 4 Fun de pagar 76 reais de taxa de inconveniência por dois ingressos. E o Pearl Jam Twenty Book já está à venda. Isso só pra começar.
PS de fã que não resiste: Eddinho, meu rei, te amo!
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