A Justiça do Trabalho está lá, todos os dias recebendo Reclamatórias Trabalhistas… muitas procedentes outras improcedentes. O que me deixa impressionada é que as empresas, de modo geral, não trabalham de forma preventiva e pró-ativa. Agem de forma reativa frente a uma reclamatória trabalhista.
Não adianta fingir que há um risco calculado, que é “assim mesmo”, ou então colocar a culpa no Direito do Trabalho quando uma reclamatória trabalhista aparece. Em alguns aspectos o Direito do Trabalho precisa sim de ajustes, mas eu, dentro da minha experiência, tenho certeza que a culpa não é da legislação, e sim da displicência, da falta de treinamento e da falta de conhecimento além da rotina, e ausência de uma consultoria preventiva por parte dos empreendedores, líderes e gerentes. A diminuição do passivo trabalhista começa com o aumento da conscientização daqueles que são responsáveis pelo empreendimento e por aqueles que gerenciam os empregados. A falha de comunicação e a falha na documentação são também fatores que prejudicam as empresas.
Culpar a legislação enquanto esta é vigente é utilizar-se da frase “a culpa é minha e eu a coloco onde eu quiser”, e revela uma certa imaturidade ao gerir o negócio, pois colocar a culpa nisto ou naquilo é fechar os olhos para a responsabilidade, é tentar achar um atalho para fugir do problema, só que este atalho, acreditem em mim, não leva a lugar nenhum. Se sua empresa não tem uma consultoria preventiva, não investe em treinamentos e acha que é um custo alto fazer uma auditoria trabalhista, eu aposto que o passivo trabalhista é alto e todos os dias há audiências ou, se não há muitas reclamatórias ainda, você tem em suas mãos uma bomba relógio a ponto de explodir.
Quer diminuir o risco ou estar preparado para uma demanda trabalhista, aja de forma pró-ativa, simples assim.
–
Texto por Carla G. Souza. Advogada Trabalhista – www.endireitandootrabalho.com.