Muito do que nos ensinaram sobre inovação é algo burocrático e misterioso. Entenda como tornar o processo de inovação algo simples e praticável
Bill Taylor, colunista da Harvard Business Review recentemente fez um discurso para que todos nós paremos de usar a palavra inovação em 2014.
Apesar de todo seu fundamento, provavelmente as pessoas vão continuar usando essa palavra, para falar sobre nada. Ela é muito importante como um motor de crescimento e renovação.
O que pode ser feito, dentro da advertência de Bill é parar de nos perder em todas as variações, nuances, ferramentas, técnicas, modelos, estruturas e paradigmas de inovação.
De alguma forma, temos tido um conceito simples – a ideia de encontrar sistematicamente, incentivando a implementação de novas ideias para o crescimento – e tornamos essa ideia complexa demais.
E, provavelmente por conta disso, nós provavelmente já começamos a matar a inovação.
Para interver nessa tendência, é preciso simplificar as formas que se aproximam da inovação em 2014, através de uma melhor definição do que é, e do que não é preciso para realiza-la, e o que é necessário para permitir que novos pensamentos prosperem.
Aqui estão algumas ideias para fazer isso.
Evite a fluência da inovação
O ponto de partida para simplificar a inovação é focar no seu resultado no sentido mais básico de sua definição no dicionário.
Inovação é o ato ou processo de introdução de novas ideias, dispositivos ou métodos.
Por outro lado, a inovação precisa ser verdadeiramente nova, descontínua, de ruptura e uma criação de valor.
Uma das manias que temos é chamar de inovação qualquer tipo de corte ou mudança, seja um novo rabisco em nossa embalagem nova de produto, um novo processo otimizado, ou um adicional em nossos serviços.
Por favor, vamos parar de colocar qualquer mudança operacional, incremental e melhorias adjacentes sobre o guarda-chuva da inovação.
Desmistifique o processo
Ter um caminho claro para novas ideias é o que ajuda a inovação realmente a acontecer. As empresas que são boas em inovação – como a Induit, 3M e o Google – tendem a repetir algumas coisas:
- Eles continuamente geram um modelo de ideias com base em informações de fontes internas e externas (ideação).
- Eles desenvolvem as poucas ideias que têm o potencial para solucionar problemas para os clientes e ser comercialmente viável (seleção e projeto).
- Eles rapidamente desenvolvem protótipos e modelos que podem ser testados, tanto em laboratórios quanto com clientes (rápida experimentação).
- Eles iterativamente refinam as inovações e tomam decisões sobre se elas falham ou se podem ser escaladas, com base nos protótipos e testes adicionais (incubação).
Existem variações sobre essas atividades, e muitas ferramentas específicas que podem ser utilizadas, mas os passos básicos são bastante semelhantes.
Na verdade, se você olhar para as centenas de cursos e treinamentos para startup que surgiram em escolas de negócios, centros de inovação, e laboratórios de pesquisa, todos eles têm o mesmo fluxo básico.
Infelizmente, na pressa para capitalizar sobre o interesse em inovação, consultores e acadêmicos criaram todos os tipos de linguagem esotérica e sinais secretos que tornam o processo mais complicado que precisa ser.
Isso não significa que a inovação é fácil – basta que ela não tenha que ser uma caixa preta que só pode ser desbloqueada por um mago ou guru.
Seja claro como os gestores devem permitir o pensamento inovador
Mais uma vez, os principais ingredientes são simples: interação intensa e regular entre os profissionais de diferentes áreas (por exemplo, marketing e engenharia); apoio e incentivos para intraempreendedores; reconhecimentos e recompensas.
Estes não são necessariamente passos simples, e pode ser estranho para muitas empresas, mas elas também não exigem uma reforma por atacado da cultura da empresa, um CEO mítico, ou uma mudança para o Vale do Silício.
Desde a crise financeira americana, em 2008, as empresas mais estabelecidas reduziram custos, focaram seus recursos e se tornaram mais enxutas e eficientes.
Agora, no entanto, elas enfrentam o desafio de como crescer – o que exigira o desenvolvimento e implementação de produtos verdadeiramente inovadores, serviços e modelos de negócios.
Fazer isso acontecer pode ser um trabalho árduo, mas isso não significa que a inovação tem que se tornar uma palavra suja.
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Este artigo foi adaptado do original, “Don’t Abandon Innovation – Simplify It”, da Harvard Business Review blog.