Quando há crise, a economia se retrai, e as pessoas começam a pensar em abrir seu próprio negócio, em empreender, mais por necessidade do que por oportunidade, mas será que é o melhor momento?
Assim, mesmo com a turbulência da economia muitas pessoas decidem seguir na contramão, assim o Sebrae oferece palestras e orientações afim de formalizar o profissional. Segundo dados do Sebrae, mais de 21% das empresas fecham até o segundo ano de vida, 55% não fazem planejamento, 35% não conhecem a concorrência e não fazem analises de mercado.
Vários estudos mostram que qualquer negócio em fase inicial, com investimento de até R$ 1 milhão, pode levar até dois anos para atingir o ponto de equilíbrio. E cerca de 3,5 anos para recuperar o investimento inicial.
Hoje ainda, as pessoas quando montam um negócio e decidem empreender ainda tem o comportamento de “empregado” e não possuem o espírito do empreendedorismo. Portanto, em tempos de crise, algumas variáveis devem se levar em conta antes de sair da carteira assinada para o negócio próprio. A primeira coisa é o planejamento, a viabilidade econômica financeira e pessoal, analise do mercado, segurança e autoconfiança.
Hoje existem milhões de informações sobre empreendedorismo, fóruns, congressos, grupos, porém existe uma realidade de mercado, onde as pessoas estão montando suas pequenas empresas para prestar serviços por projetos, não sendo obrigatoriamente um profissional autônomo, onde é uma tendência que veio para ficar.
Antônio Carlos de Matos, do Sebrae SP, diz que para direcionar um bom negócio e evitar ou minimizar os efeitos da crise, é preciso:
Inteligência para vender
Em primeiro lugar é preciso confirmar o poder de venda e isso deve ser feito a partir da pergunta “O que eu, empreendedor, devo fazer para que quem esteja comprando no mercado o que eu pretendo vender compre também da minha empresa? ”. Isso será a condição básica para todo o planejamento do negócio.
Visão de Mercado
A inteligência para vender está diretamente ligada ao fator visão de mercado. O empreendedor tem que ser capaz de oferecer ao mercado o que o mercado está precisando como solução. O dono do negócio tem que criar condições para conseguir influenciar a decisão de compra de seu cliente, seja ele consumidor final ou uma empresa. Muitas pessoas que pensam em montar um negócio se concentram na ansiedade de abrir, legalizar, cuidar da instalação física, e esquecem que o maior desafio é vender, conseguir vender o volume que ele precisa é o segredo empresarial.
Condições de Financiamento
É necessário entender que em tempos de crise, as concessões de crédito ficam mais difíceis e seletivas. As empresas que têm uma estrutura funcional muito baseada no crédito, seja para investimento ou capital de giro, devem tomar muito cuidado. Uma boa alternativa para isso é captar capital de giro e montar uma operação baseada no “Compre a prazo e pague depois de vender”.
Setores e Seguimentos
Todos os setores estão recuperando, em maior ou menor escala, as boas posições que vigoraram até o primeiro semestre de 2008, mas algumas precauções merecem ser respeitadas. Aqueles setores que trabalham com bem duráveis e de valor maior foram os primeiros a serem afetados e provavelmente serão os últimos a se reerguerem. Seguimentos que trabalham com importados ou produtos atrelados ao câmbio monetário também devem ser evitados, pois são os setores de maior risco já que os preços podem variar muito por causa da instabilidade econômica mundial. Uma boa opção são os setores que vendem/negociam produtos com valores menores, que foram os menos atingidos.
Saber Negociar
Ser um bom negociador é uma das principais características que devem estar presentes no perfil de um bom empreendedor. Ele deve ser um excelente negociador, não só com o mercado (fornecedores e clientes), mas também com os funcionários, familiares. A vida será totalmente alterada, principalmente se ele for a pessoa que vai operar o negócio, pois terá que negociar até consigo mesmo novos formatos de posicionamento.
Ainda, um processo de coaching poderá ainda direciona-lo neste momento de decisão também.
A decisão não é simples e fácil, mas alguns dados mostram que é na crise que muitos projetos bem-sucedidos são iniciados. Que tal colocar aquela sua ideia em prática?
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Luciana Ferreira é coach de profissionais que estão em busca de novas trilhas na carreira, Presidente do grupo Elemento RH formado pela Elemento RH e Canal de Talentos, Administradora de empresas, com especialização em gestão de pessoas e em gestão pública, embaixadora da rede internacional de negócios Mulheres que decidem, Diretora do Grupo de estudos no município de São Carlos e membro do conselho deliberativo da ABRH.