Verdade seja dita, todo mundo que é da área já sabe que o marketing tem centenas ou mesmo milhares de conceitos, estratégias e modalidades, não é mesmo? Mas tenha certeza de que o Flywheel Marketing não é “apenas mais uma”.
Realmente, basta considerar o fato de que a opinião atual é que ele veio substituir nada mais, nada menos do que o funil de vendas. O seu próprio nome já sugere a intenção de propor algo muito mais abrangente e disruptivo.
Se o funil tem esse título com base no objeto de mesmo nome (cuja boca de entrada é maior e vai afunilando até um bico bem menor), o flywheel significa “volante de rotação”. Só de dizer isso, já dá para projetar as consequências da diferença.
O Flywheel Marketing traz a ideia de que a relação com o cliente não é um processo afunilado, com começo, meio e fim. Pense numa empresa terceirizada motoboy, por exemplo, basta ela gerar leads, nutri-los e convertê-los?
Segundo essa nova metodologia, há um ponto de vista melhor: a relação com o cliente é, tal como um “volante”, um processo circular, que começa e recomeça o tempo todo, precisando sempre de oxigenação e de inovações de vários tipos.
De fato, isso traz à tona uma série de conceitos que, há décadas, vinham sendo explorados no mundo do marketing. Um deles é a própria noção de jornada do cliente, como algo composto de etapas móveis que evoluem de tempos em tempos.
De qualquer modo, não é tão simples virar essa chave. Imagine se a empresa trabalha com placas informativas personalizadas e já tem todo um processo rodando, com blog, redes sociais e landing pages atreladas ao seu funil de vendas.
Como ela pode começar a pensar em termos de Flywheel Marketing? Foi pensando nisso que decidimos escrever este artigo, trazendo os conceitos básicos da área e até algumas dicas sobre como já ir colocando em prática essa novidade incrível.
Então, se você quer entender melhor como seu processo comercial pode ficar ainda melhor, e com isso criar uma verdadeira máquina de vendas, basta seguir adiante na leitura.
O que exatamente é o Flywheel Marketing?
Também não podemos ser injustos quanto ao papel do funil de vendas. É claro que ele já tinha em si a ideia de racionalizar o processo de vendas, bem como de fidelizar os clientes e torná-los defensores e propagadores da marca.
Tanto é assim que o uso do termo “evangelização”, como sinônimo do que deveria ser feito com cada cliente, surgiu na época de ouro do funil de vendas. Além disso, ainda hoje muitas empresas não sabem aplicá-lo, ao menos no Brasil.
Tudo isso, porém, é mais um motivo para nos focarmos no Flywheel Marketing. Afinal, se ele supera algo que até hoje não havia sido “compreendido” direito, as empresas que não correrem atrás do tempo perdido vão ficar defasadas, concorda?
O bacana é que o flywheel também serve para qualquer segmento ou nicho de mercado, seja uma indústria naval ou uma gráfica que faz convites personalizados.
Assim, a grande diferença dele para o funil não é tanto de metodologia, mas de cultura organizacional. Trata-se de uma nova forma de ver a relação com quem mais importa: o público-alvo e a persona da empresa.
Neste sentido, o Flywheel Marketing tem três pilares: o da atração do cliente, o do encantamento e o do engajamento. Tudo isso focado, é claro, na experiência do usuário, de modo que o ciclo se complete com a indicação que ele fará aos outros.
Mudanças no conteúdo e na cultura organizacional
Vivemos a época da sustentabilidade. O que pouca gente sabe é que essa palavra não remete apenas ao ecologismo e a alternativas saudáveis, ela também se aplica às finanças: um negócio sustentável é aquele que tem um horizonte seguro.
Ou seja, se a empresa surfa uma curva segura de crescimento, ela é sustentável e sólida. Aí é que está uma das maiores inspirações do Flywheel Marketing, garantir que a relação com o cliente não tenha um ponto final, um fundo de funil que acomode a equipe.
Na verdade, é preciso estar sempre motivado, oxigenado e sempre capaz de conquistar o cliente, de novo e de novo. Assim, o marketing de conteúdo e o inbound marketing também precisam ser “turbinados”, e se alinharem à nova proposta.
Se antes alguém da área de empresas de entregas pensava no blog e nas redes sociais como uma lógica de geração de leads e conversão de clientes, agora é preciso repensar o conteúdo gerado, desde as reuniões de brainstorming.
Como vimos, o flywheel funciona melhor quando visto como um ativo da cultura organizacional, ou seja, como um valor intrínseco da filosofia da marca. Por isso mesmo, é comum que ele finque suas raízes na Missão, na Visão e nos Valores da marca.
A melhor maneira de fazer isso é, justamente, alinhando os pontos com as equipes do marketing e do comercial. E trazendo as novidades para as reuniões e processos criativos, tanto de quem está na estratégia, quanto de quem está na operação.
Como afinal reinventar o pós-venda?
Um ponto positivo do funil de vendas é que ele já lidava especialmente com o marketing de conteúdo, o inbound e as estratégias orgânicas de crescimento, geralmente definidas como “prospecção passiva”.
Ou seja, já havia um elemento de fidelização nisso tudo. Afinal, se a pessoa decidia consumir o conteúdo de um blog sobre motoboy expresso, chegando a contratar seus serviços, certamente ela estava inclinada a ser fidelizada e continuar consumindo.
Contudo, é nessa “inclinação” que está o ponto. Aqui no Flywheel Marketing o objetivo é ser disruptivo, pró-ativo e até mesmo agressivo quanto à fidelização do cliente. Daí que isso impacte o processo desde os seus primeiros passos.
Deste modo, algumas das estratégias de pós-venda e retenção que podem ser absorvidas e reinventadas pelo flywheel são as seguintes:
- Criação de conteúdos relevantes;
- Programas de fidelização e recompensa;
- Canais de opinião do cliente;
- Ter uma política de logística reversa;
- Trabalhar as datas especiais;
- Oferecer descontos e pré-lançamentos;
- Criar campanhas de indicação;
- Estudar as evoluções do perfil do cliente;
- Assumir culpas e resolver imediatamente;
- Entre tantas outras iniciativas similares.
Diante de todo esse cenário de inovação e reinvenção, um conceito incrível que pode ajudar muito a amarrar as pontas é o de Consumidor 3.0, que vamos aprofundar adiante.
Por dentro da noção de Consumidor 3.0
Já não é segredo para ninguém que as novas Gerações Y e Z são extremamente conectadas, e que o acesso que elas têm à informação, à internet e à tecnologia de modo geral simplesmente estão mudando o mundo dos negócios.
Antes um chaveiro 24hs, por exemplo, podia impactar todo um público ao seu redor, contando com o boca a boca. Já hoje, aparecer para a pessoa certa, na hora certa, pode ser algo muito mais desafiador, embora também muito mais promissor.
Basta imaginar que quando uma pessoa precisar de uma demanda dessas, certamente ela não vai ter um cartão de visitas na carteira, ou um panfleto no bolso. Ela vai puxar seu smartphone conectado no 3G e fazer uma pesquisa nos grandes motores de busca.
Provavelmente, a palavra-chave vai ser algo como “chaveiro mais próximo”. O que também revela que, se as gerações mais antigas tinham medo de fazer transações pela internet, as novas gerações já veem isso como algo natural e incontornável.
Isso só vem confirmar que o Flywheel Marketing é uma demanda mais que necessária, pois hoje o cliente é altamente informado, socialmente conectado e sensível a diferenças de preço, de opiniões de portais digitais e de gratificações que as marcas promovem.
Processos e operações que precisam mudar
Também não é possível falar sobre o flywheel sem mencionar elementos de software como programas, aplicativos e todos os demais processos/operações implicados tanto no marketing quanto no comercial da empresa.
Afinal, se o negócio trabalha com locação de sala de reunião pequena, certamente ele tem um excelente CRM (Customer Relationship Management, isto é, Gestão de Relacionamento com o Cliente), para catalogar todos seus leads e inquilinos ativos.
Ou seja, o funil de vendas já está automatizado com as soluções que o mercado oferece. Agora, porém, é preciso dar um passo à frente e reinventar também essas soluções. Um exemplo que já tem se disseminado é o dos chatbots.
Se antes o e-mail marketing disparava newsletter sozinho, hoje há robôs que simplesmente fazem atendimento na página principal da empresa, interagindo com as pessoas 24h por dia, sete dias da semana.
Bônus: self-service e demais vantagens
Por fim, se tem uma tendência que torna tudo isso ainda mais explícito e fácil de ser buscado, é a do self-service, que nada mais é do que a customização revisitada pelo Flywheel Marketing.
A ideia aqui é que o cliente realmente possa montar o produto ou configurar o serviço do jeito que mais lhe agradar.
Assim, além de atrair cada vez mais pessoas das novas gerações, a marca ainda diminui incrivelmente as taxas de rejeição e de reclamação pós-venda.
Então, está esperando o que para colocar sua empresa nessa rota de inovações e de superações constantes?
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.