Caros leitores, em textos já publicados abordei as ineficiências corporativas, martelei na tecla do perfil dos antiempreendedores, e nunca dei sossego para as modinhas passageiras de gestão. Mas hoje vou focar no cotidiano empresarial, com especial atenção aos erros e equívocos, que de tão comuns e recorrentes, podem não estar no radar do empresário.
Sejamos claros, além das questões estratégica e operacionais da condução de suas empresas, nossos valentes empreendedores não podem se descuidar um único segundo do holocausto burocrático e fiscal do nosso ambiente de negócios.
Em meio a tantos abacaxis para descascar, fica fácil deixar escapar algumas situações que passam pelo radar, mas que uma vez toleradas como hábitos, podem detonar um empreendimento.
O estabelecimento de metas impossíveis. Pode acreditar, eu, você, a sua e a minha equipe possuem limitações. Para evitar que metas e objetivos traçados não se transformem em peça de folclore, por conta do mais absoluto descrédito, estabeleça apenas aquilo que realmente possa ser realizado. Depois disso cobre com rigor.
A contratação de analfabetos funcionais. Sim eles existem. O analfabetismo funcional pode ser identificado quando profissionais formados em boas escolas e eventualmente dotados de alguma experiência, apresentam desconhecimentos impensáveis para as suas áreas de atuação. Algo como, um gestor financeiro não dominar as práticas da matemática financeira, desconhecer princípios contábeis ou ferramentas e modelos de gestão financeira. Fuja disto.
A institucionalização da desorganização. Não há nenhum problema em se criar um ambiente de trabalho informal, arejado e livre dos rigores corporativos tradicionais. Muito pelo contrário, estes ambientes podem (vejam bem, podem, mas não garantem nada) propiciar um ambiente de trabalho mais produtivo, agradável e dotado de alta energia criativa. Outra coisa é a informalidade ocasionar a perda de documentos e informações importantes ou a dificuldade para se localizar contratos.
Um escritório de contabilidade confuso. No caso empresarial, equivale às doenças silenciosas e aparentemente indolores que atacam os seres humanos. É algo que vai corroendo, dia após dia, a situação fiscal e os controles internos, fragilizando o aparato administrativo financeiro, transformando tudo em uma batata quente onde ninguém terá coragem de por a mão.
Diante de uma primeira leitura, pode ser que tudo lhe pareça muito óbvio, mas o problema dos equívocos “óbvios” é que eles passam desapercebidos e camuflados, e com o tempo ganham forma, vida própria, e grande potencial destruidor.
Boa sorte e cuidado.
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Gustavo Chierighini, publisher da Plataforma Brasil Editorial.