Dizem que o artigo está com os dias contados. Será que isso é verdade? Tire a prova
É difícil saber no que acreditar. Para cada estudo científico que conclui que os formatos longos estão mortos, parece haver outro que conclui que ele é o único caminho a percorrer.
O que um criador de conteúdo digital pode fazer? Como podemos criar produtos que as pessoas vão adorar consumir e compartilhar apesar dos relatos conflitantes?
Um conto sobre 2 audiências
Aqui está uma breve história que comprova esse paradoxo, ou pelo menos suas principais lições opostas que os dados revelam:
- Ninguém lê mais artigos. Você pode levar as pessoas a prestarem atenção durante 15 segundos ou mais, mas em seguida, eles vão perder o interesse e saltar para fora.
- Os artigos que tem mais de 1.500 palavras têm tido 68% a mais de engajamento no Twitter e 23% a mais no Facebook.
- O compartilhamento social é a melhor maneira de fazer as pessoas prestarem atenção em seus artigos.
- Só porque alguém compartilha uma página nas mídias sociais não significa que eles leem.
- Os formatos de conteúdo mais compartilhados são listas e infográficos.
- O conteúdo digital é consumido de forma diferente do impresso. Na web nós varremos o conteúdo em vez de ler.
- O conteúdo rende mais minutos de atenção por visita.
- Ao longo do tempo, o nível de atenção humana está diminuindo, e estamos consumindo mais mídia.
- O item mais popular de conteúdo do The New York Times no ano passado não foi um artigo. Foi um quiz.
- O conteúdo que as pessoas mais salvam no aplicativo Pocket contém em média 3.200 palavras.
- Um bom título é o que faz a diferença – não o número de palavras.
- Quanto maior o tempo de leitura, mais as pessoas estão propensas em compartilhá-lo. Na verdade, artigos com mais de 3 mil palavras são cerca de 12 vezes mais propensos de serem compartilhados do que os de 2 mil palavras ou menos.
Colocando ordem na casa
Vamos ver se podemos colocar ordem aqui para obter uma melhor compreensão de onde os consumidores de conteúdo estão quando se trata de longos formatos.
O storytelling tem tido sempre audiência. Ao passo em que a humanidade avança, o mesmo acontece com nossas tecnologias e padrões de percepção.
As últimas tendências populares do consumo de storytelling envolvem formatos como listas e questionários, mas as pessoas ainda gostam de ler.
Isso pode ser algo geracional, mas sempre se resume a preferencia pessoal e o estado de espírito do momento. Ainda há uma abundância de espaço no setor de conteúdo para divertimento rápido, interativo e longos formatos.
Quando se trata de colocar notícias em contextos e nuances, é preciso apresentar múltiplas narrativas sobre os mesmos eventos, ou estabelecendo autoridade e liderança de pensamento.
Os melhores formatos para o seu público
Se você tentar resolver o enigma do formato de conteúdo a partir da perspectiva dos resultados finais, você vai pular alguns passos importantes em seu processo de decisão.
Comece perguntando a si mesmo que tipo de audiência que você quer atrair e porque essas pessoas querem consumir o seu conteúdo.
Que tipos de experiências essas pessoas estão buscando consumir e compartilhar? Como pode o seu conteúdo se diferenciar de todo o ruído que acontece na internet?
Em seguida, pense sobre os padrões de consumo que se encaixam na experiência de conteúdo de sua marca.
Como é que o público encontra o seu conteúdo? O que eles estão fazendo quando interagem com a mídia? Que tipo de ações você quer impulsionar com o seu conteúdo?
Quando você sabe as respostas a essas perguntas, fica mais fácil escolher o melhor formato para a história que você quer contar.
Você pode ganhar interatividade com conteúdos longos
Mesmo se você decidir que é uma boa ideia focar no conteúdo de longos formatos, há muita coisa que você pode fazer para torna-lo mais compartilhável e mais adaptado à forma como as pessoas consomem conteúdo hoje.
A última coisa que você deve querer fazer é embalar o seu público em um estado passivo.
Quando isso acontece, você não é capaz de evocar uma resposta emocional, as pessoas não vão se identificar com seu conteúdo, e estarão menos propensas a compartilhá-lo.
Se você estiver publicando em um formato digital, não há razão para fingir que está preso às limitações de tinta sobre papel.
Viva o artigo?
Cada marca, publicação e público são diferentes. Saber qual é a tendência em toda a mídia pode ser útil, mas o que funciona para uma editoria pode não ser o melhor para você.
Realize suas próprias experiências, e veja o que o seu público responde. Pode ser um artigo, ou pode ser um desafio de trivialidades.
Mas de qualquer forma, certifique-se de mantê-los atentos, batendo, clicando, desbloqueando, reagindo, identificando e partilhando.
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Este artigo foi adaptado do original, “Is There Really No Future for the Article as a Content Format?”, do Play Buzz.